domingo, 24 de junho de 2007

Fialho de Almeida nos 150 anos do seu nascimento




José Valentim Fialho de Almeida nasceu há 150 anos em Vila de Frades (concelho da Vidigueira; distrito de Beja), no Alentejo. Filho de um professor primário, devido às dificuldades económicas da família, empregou-se ainda adolescente como ajudante de farmácia. Conseguiu completar o curso de Medicina na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa em 1875.

A obra literária de Fialho de Almeida é muito variada, mas neste blogue damos destaque a “Os Gatos — publicação mensal d'inquérito à vida portuguesa, uma colectânea de textos publicados mensalmente em jornais, entre 1889 e 1894.
Neste textos de crítica social, sobressai o carácter mordaz da sua ironia e a sua visão pessimista do país, bem característica da literatura do fim do século XIX. A sua crítica atingia sobretudo a pequena burguesia e a alta burguesia financeira dirigente. Mas, mais do que instituições, a sua crítica visava personalidades.
A sua criação literária lê-se ainda hoje com o mesmo interesse e entusiasmo por ter sabido ser, na coragem como criticou a sociedade do seu tempo, um prosador de excelente qualidade, apesar de ser um escritor “esquecido” e não ser fácil encontrar as suas obras no mercado.

Fialho de Almeida é o autor das obras de ficção Contos (1881), A cidade do Vício (1882) e O País das Uvas (1893). Escreveu ainda crónicas, artigos políticos, cartas, memórias e livros de viagem entre os quais: Os Gatos (1889-1894), Pasquinadas (1890), Lisboa Galante (1890), Vida Irónica (1892), À Esquina (1903), Barbear, Pentear (1911), Saibam Quantos... (1912), Estâncias de Arte e de Saudade (1921), Aves Migradoras (1921), Figuras de Destaque (1924), Açores e Autores (1925), Vida Errante (1925) e Cadernos de Viagem – Galiza, 1905 (1997).

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