quarta-feira, 30 de abril de 2008

Gatos, Gatos e Gatos...

fffffGatos, gatos e mais gatos
cercaram-me a alcova em que eu dormia.
Contudo, gato que entrava não saía,
morto nos laços de meus dez sapatos.

fffffCometi enfim tantos assassinatos,
que em toda a Roma nenhum gato havia,
mas a rata fundou a sua monarquia,
o rato sujeitando a seus mandatos.

fffffE assim fui castigado de repente,
insone, mudo, só, imóvel, doente,
vendo furados os cantos ingratos.

fffffÀ morte condenado, ia de gatas,
de noite devorado pelas ratas
e pela madrugada pelos ratos.

Rafael Alberti

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