sexta-feira, 13 de junho de 2008





















Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.

Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.

És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.

Fernando Pessoa
(Cancioneiro)

Na voz de Luís Gaspar:

2 comentários:

goiaba disse...

Obrigada por lembrar este poema.
(Um livro recente de José Jorge Letria -"Amados Gatos" fala da importãncia que certos gatos tiveram na vida de escritores e pintores)

Anónimo disse...

Eu sou um grande "Domador de Gatos", especialmente nas escadas do jardim da Casa Fernando Pessoa. Mas não uso chicote. Uso o meu "corpo voador" para os fazer subir escadas e ficar a espreitar de longe. Um número original e perigoso para o domador.