terça-feira, 24 de março de 2009

Estava de acordo com Simone; aliás tenho que me habituar a estar de acordo com minha mulher; Campolide não servia para nós dois; bairro velho, prédio velho, vizinhos velhos, enfim!
E agora, com uma imagem desvirtuada, como me livraria eu do falatório? — "Lá vem ele, o lp, o do gato preto que comeu a gata branca da bruxa".
Também a casa de Simone à Rua do Capelão era pequena para um casal com um filho e um gato.
Então, numa destas tardes de Verão antecipado, pensámos procurar um T3, num bairro sem reboliço; ela alugaria a estrangeiros o seu andar à Rua do Capelão (com o atractivo anúncio "A Rua de Severa") ou então punha-o mesmo à venda. Eu deixaria Campolide da maneira que mais me conviesse.
Fizémos contas; somámos várias vezes as parcelas do deve e do haver.
A Clínica não pagava mal. Eu, trabalhando para mais uma editora (muito possível dado o número cada vez maior de títulos que todos os meses aparecem nos escaparates), podia arrecadar mais alguns euros e, tudo junto, enfim, sobrava dinheiro para férias em Porto Covo.
lp

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