quarta-feira, 18 de março de 2009

"… o desgraçado, o maltrapilho, não tem onde cair morto este gajo. Bem me diziam as cartas que havia gato!".
Olhei para Simone que se segurou ao meu braço pelo susto da investida.
Eu ainda perguntei à matrona.
— Mas que se passa?
— Que se passa? Seu canalha! Pois não é seu o cabrão daquele gato preto? Não é seu, hem? Tem coragem de dizer que não é seu?
— E depois? Que há? — perguntei tentando a custo manter a calma.
A matrona principiou a chorar.
— Minha pobre gatinha, coitadinha, coitadinha! Com oito anos e virgenzinha, não sabia nada, coitadinha. Ai! a Senhora ao Pé da Cruz me acuda deste demónio. Agora grávida, grávida do preto. Está grávida, seu malandro, percebeu?! Grávida. Ai a minha gatinha, a minha gatinha...
E deu-lhe um tremelique...
lp

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